segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Patologia clinica 1 apostila 2


Distúrbios do crescimento e da diferenciação celular

Tipos de células:

· Lábeis: elevado índice mitótico, dividindo-se continuamente durante toda vida do individuo para substituir células destruídas fisiologicamente.

o EX: células epiteliais, células hematopoiéticas.

· Estáveis: Baixo índice mitótico, sendo capazes de proliferar quando estimuladas.

o EX: células hepáticas.

· Perenes: Não se dividem mais após o nascimento.

o EX: células neuronais.

Ciclos celulares controlado por CDK e Ciclinas se ligam a CDK controlando assim a taxa de fosforilação de proteínas responsáveis por inúmeros fenômenos que ocorrem durante a divisão das células como replicação do DNA, formação do fuso mitótico etc.

Regulação do Crescimento Celular

Fatores de crescimento (FC) que podem atuar pelos seguintes mecanismos:

o Autócrino: uma mesma célula produz e responde ao Fc.

o Parócrino: uma célula recebe ação do Fc produzido por células vizinhas.

o Endócrino: Fc secretado por uma célula age em células distantes.

Classificação e nomenclatura

Distúrbios nos sistemas regulatórios resultam em alterações do crescimento ou diferenciação celular ou dos dois.

Alterações do volume celular: Quando uma célula sofre estimulo excessivo, aumenta a síntese de seus constituintes básicos, aumentando seu volume.

É um processo de adaptação dos tecidos as condições de trabalho. Este fenômeno é chamado de hipertrofia. Quando a agressão provoca redução de volume chama-se hipotrofia.

Alterações da taxa de divisão celular: O aumento da taxa de divisão celular com diferenciação normal recebe nome de hiperplasia. O contrario e hipoplasia. O termo aplasia é muito usado como sinônimo de hipoplasia o que não é correto. Ex: anemia aplástica, a hiperplasia só ocorre em órgãos com células lábeis ou estáveis e o órgão aumenta em peso e em volume. Na hipoplasia temos a diminuição da população celular e diminuição do volume do órgão.

Alterações da diferenciação celular: Quando as células de um tecido modificam seu estado de diferenciação normal, tem-se a metaplasia.

EX: transformação do epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado; metaplasia do tecido conjuntivo para tecido cartilaginoso ósseo, metaplasia brônquica etc.

Alterações do crescimento e da diferenciação: Se há proliferação celular e redução ou ausências de diferenciação têm a displasia. A proliferação celular autônoma, geralmente acompanhada de perda de diferenciação é chamada de neoplasia.

Obs.: A hiperplasia necessita das mesmas condições exigidas pela hipertrofia podendo ser fisiológicas ou patológicas:

Fisiológicas:

a) Compensadora: nefrectomia

b) Secundárias: Estímulo hormonal no útero durante gravidez.

Patológicas:

a) Secundárias a estimulação hormonal, hiperfunção da hipófise, aumento da mama e endométrio.

Outros Distúrbios

Agenesia: Anomalia congênita na qual um órgão ou parte dele não se forma. Ex: agenesia renal.

Distrofia: É empregada para designar varias doenças degenerativas sistêmicas, genéticas ou não.

Ectopia: É a presença de tecido normal em local anormal. Ex: parênquima pancreático no estômago.

Anaplasia: É uma modificação regressiva das células adultas que adquirem tipos celulares mais primitivos. É irreversível e toda célula cancerosa é também anaplásica.

São modificadas tanto no tamanho quanto na forma. São heterogêneas e pleomorfas na maioria das vezes maiores que o normal, mas algumas podem ser menores. Os núcleos por células caracterizando a célula gigante tumoral.

Displasia: É uma alteração das células adultas, caracterizada pela variação do seu tamanho, forma e organização. É um termo muito confuso, pois muitas vezes é utilizado para denominar condições patológicas diferentes. É reversível podendo ser precursora do câncer. As displasias mais importantes são as de colo do útero, brônquios e gástricos, pois muitas fezes evoluem para o câncer. As células apresentam atipias importantes e alterações de DNA.

Esse termo é empregado também para indicar outros processos patológicos cuja posição patogenética é variada e poço conhecida. Ex: displasia renal e displasia óssea.

Transtornos do crescimento e da diferenciação celular e Tumores

Neoplasias

Nos organismos multicelulares a taxa de proliferação de cada tipo celular é controlada com precisão por um sistema integrado que permite a replicação apenas nos limites que mantêm a população normal em níveis homeostáticos. Nos tecidos e órgãos há divisão celular continua para restaurar perdas decorrentes de processos de envelhecimento das células.

Alguns conceitos úteis:

Neoplasias: São proliferações anormais de células que tem crescimento autônomo e tendem a perder a diferenciação. É um novo crescimento celular e a massa formada constitui a neoplasma. Esse tem um crescimento autônomo e sem finalidade. Comporta-se como um parasita.

Tumor: Aumento de volume numa determinada região, não necessariamente uma neoplasma. Ex: edema.

Câncer: Tumor que emite prolongamentos semelhantes a patas de um caranguejo. É um termo exclusivo de tumores malignos.

Os tumores podem ainda serem malignos ou benignos:

Malignos: espalha-se pelo corpo, cresce rápido, recidiva freqüente levando a morte com freqüência.

Benignos: Significa que não vai se espalhar pelo organismo tem crescimento lento e uma vez retirado não recidiva. Raramente mata.

Nomenclatura e classificação

Na prática as neoplasias são chamadas de tumores.

O termo tumor foi utilizado pela primeira vez por Galeno para indicar um tumor maligno da mama no quais veias desse órgão eram túrgidas e ramificadas lembrando patas de caranguejo. O termo generalizou e hoje é utilizado para neoplasia maligna.

Cancerologia/Oncologia/Cancerígeno/Ontogênico

Importância da uniformização da nomenclatura.

Critério mais utilizado: Histomorfológico. Nesse sentido o conhecimento de algumas regras é importante:

1) Sufixo OMA é utilizado para designar neoplasia benigna ou maligna.

2) A palavra CARCINOMA indica tumor maligno que reproduz epitélio de revestimento.

3) SARCOMA é neoplasia é neoplasia maligna mesenquimal.

4) Blastoma pode ser usado como sinônimo de neoplasia e quando usada como sufixo indica que o tumor reproduz estruturas com características embrionárias (nefroblastoma, neuroblastoma).

Regra Geral:

Benignos:

Há tumores em 2 tipos de tecidos:

Mesenquimas:

Prefixo= célula de origem

Sufixo=Oma Ex.: Osteoma, fibroma.

Epitelial:

De revestimento, não padrão especifico de denominação.

Recebem o nome de papiloma ou pólipo.

Granular:

Adenoma (glândulas salivares, sudoríparas) etc.

Malignos:

Mesenquimal:

· Prefixo=célula de origem; +sarcoma Ex: Osteosarcoma.

Epitelial:

· RevestimentoàCarcinoma espinocelular = prognostico ruim

· Basocelular = prognostico Bom.

Granular:

Adenocarcinoma (gandulas salivar, sudorípara etc.)

Quando se tem mais de um tipo celular em proliferação são ditos mistos.

Exceções: Hepatoma, linfoma, melanoma.

Neoplasias benignas

Apesar de em geral não apresentarem grandes problemas para seus portadores, os tumores benignos tem grande interesse prático por sua freqüência e pelas conseqüências que podem gerar, seja por seu volume, por sua localização ou por outras propriedades.

Desta maneira, há vários transtornos relacionados a tumores benignos:

Obstrução de órgãos e estruturas ocas, compreensão de órgãos, produção de substância em maior quantidade.

Nesse sentido o termo benigno deve ser entendido com reservas.

As células benignas são bem diferenciadas e muitas vezes são indistinguíveis das células normais correspondentes. As atipías celulares e arquiteturais são discretas, ou seja, o tecido reproduz bem o tecido que lhe deu origem e a taxa de divisão é pequena e o tumor cresce lento.

As células crescem unidas entre si, não infiltram nos tecidos vizinhos formando uma massa esférica que geralmente comprimem estruturas vizinhas causando-lhes HIPOTROFIA. Com freqüência há formação de uma cápsula fibrosa ao redor do tumor, ficando a neoplasia delimitada, o que facilita a remoção cirúrgica.

O crescimento lento do tumor permite o desenvolvimento adequado de vasos sanguíneos assegurando-lhe uma boa nutrição celular, sendo pouco comuns as degenerações, necroses, e hemorragias. Não prejudicam a nutrição do individuo, não provocam caquexia e anemia. Há exceções às regras.

Apesar de bem delimitados, adenoma pleomórficos de glândulas salivares tem índice de recidiva considerável.

Neoplasias Malignas

Aspectos Morfológicos: podem ser císticos ou sólidos. Podem apresentar-se sob 4 tipos, cujo conhecimento é útil para o diagnóstico.

a) INFILTRATIVO: praticamente exclusivo de tumores malignos. Ocorre infiltração maciça sem formar nódulos.

b) VEGETANTE: encontrados em tumores benignos e malignos que crescem em superfície. Podem assumir vários tipos: poliposo, papilomatoso ou em couve-flor.

c) NODULAR: o tumor forma uma massa expansiva que tende a ser esférica. É característico de tumores benignos ou maligno sem órgãos compactos.

d) ULCERADO: aquele que sofre ulceração precoce, quase sempre maligno. A lesão cresce em tecidos adjacentes e ulcera-se no centro formando uma cratera com bordos endurecidos, elevados e irregulares.

Os tumores são formados de 2 componentes básicos:

o As células neoplásicas e o estroma conjuntivo-vascular. No início só existem células.

o Os tumores não têm inervação. A dor sentida é devido a compressão ou infiltração em terminações nervosas existentes nos tecidos vizinhos.

Características e Propriedades das Células Neoplásicas

a) Características Bioquímicas: possuem a mesma bioquímica das células normais com metabolismo diferente.

1) O conjunto enzimático é mais pobre, pois se trata de uma célula mais simples.

2) O pH é mais baixo, maior quantidade de ácido lático, menor quantidade de glicose.

3) Tem grande aptidão para captar aminoácidos e sintetizar proteínas exercendo ação espoliadora do organismo.

b) Adesividade: tem maior adesão devido a diversos fatores:

a) Modificações e irregularidade da membrana plasmática;

b) Diminuição ou ausência de estruturas juncionais;

c) Diminuição da fibronectina;

d) Grande eletronegatividade na face externa da membrana plasmática, aumentando a repulsão entre as células;

e) Diminuição dos íons cálcio;

f) Liberação de enzimas proteolíticas que alteram o glicocálise;

g) Irregularidades nas microvilosidades que diminuem o contato entre as células;

h) Aumento do ácido siálico nas proteínas da membrana plasmática que diminuem a adesividade das células ao colágeno e á fibronectina.

c) Motilidade: células malignas têm motilidade considerável devido à menor adesividade, perda da inibição pelo contato e modificações no cito esqueleto.

d) Funções Celulares: por causa da perda diferenciação celular as células neoplásicas tendem a perder suas funções específicas. Podemos ter tumores anaplásicos, os quais perdem totalmente as propriedades morfofuncionais. Alguns tumores merecem comentários: Adenomas ou carcinomas da carcinomas da córtex supra-renal podem produzir hormônios esteróides podendo gerar hipercorticalismo. Células neoplásicas podem adquirir funções novas inexistente em células normais. O mais importante neste caso são células não endócrinas que passam a ter estas funções quando neoplásicas.

Ex.: produção de paratormônio, ACTH, eritropoetina causando Síndromes Para neoplásicas.

Comportamento das Células Neoplásicas

a) Imortalidade: telômeros TTAGGG – telomerase

b) Perda da Inibição por Contato: inibição Dependente da densidade

c) Alterações da forma: aderência/normais/anormais.

d) Diminuição da Necessidade de soro:

e) Independência de Ancoragem:

Propagação e Disseminação das Neoplasias

Invasão Local:

Fator Autócrino de motilidade foi isolado de células neoplásicas e estimula a movimentação das mesmas.

Caderina E à Adesividade.

Infiltração em artérias e veias- colágenas

Lamininaà membrana basal (colágeno, laminina, heparan sulfato): tratamento do câncer por inibidores de laminina, redução das metástases.

Metástases:

Granulações metástases = mudança de lugar, transferência.

E a formação de uma nova lesão tumoral a partir da primeira, mas sem continuidade entre as duas, (dinâmica).

Só se formam em tumores malignos sendo ela a marca mais fiel de malignidade. É um sinal de mal prognostico é o câncer incurável.

Angiogênese:

Formação de novos vasos a partir de brotamentos de vasos já existentes nos tecidos adjacentes. Quanto maior a vascularização maior a metástase.

A neoformação vascular é controlada pela ação dos fatores angiogênicos tumorais.

Os principais são:

Fatores angiogênicos tumorais (FGT) Básico: Quimiotático, mitogênico para células endoteliais indutores enzimáticos de hidrolases favorecendo a penetração de brotamentos no sistema.

Fator de crescimento do endotélio vascular (VEGF): Mitogênico para células endoteliais produzindo por hipóxia, deficiência de glicose, estrógenos e Citocinas.

Interleucina (IL-8): Induz proliferação, migração e invasão das células endoteliais.

Fatores antiangiogênicos: Trombospondina, Angiostatina.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Aula Patologia Clinica 1

Fundamento de Patologia Clinica 1

Professor: Giorgio.

Linguagem básica de Patologia

Saúde = Estado no qual o indivíduo vive em completa harmonia com o meio ambiente.

Doença = Manifestação de inadaptação fisiológica que reflete desvios do padrão normal do âmbito anatômico, fisiológico ou bioquímico.

Lesão = Alteração da estrutura e morfologia associada a estado de doença num indivíduo - macroscópica microscópica ou ultra-estrutural.

Etiologia = Causa da doença.

Sintomas clínicos = Evidência funcional da doença que pode ser determinada subjetivamente e/ou pelo próprio doente.

Sinais clínicos = Evidência funcional da doença que pode ser determinada objetivamente ou pelo observador.

Prognóstico = Resultado final da doença num indivíduo vivo.

Diagnóstico = Determinação da natureza da doença expressa de maneira concreta.

Patogênese = Desenvolvimento progressivo (seqüência de acontecimentos) de uma doença desde o seu ponto inicial até a conclusão final (recuperação ou morte).

Necropsia = Exame macroscópico do cadáver do individuo através da dissecção sistemática de modo a avaliar qualquer alteração anormal (lesão) presente.

Morte somática = Morte do corpo inteiro; paragem de todas as funções orgânicas.
Alterações post mortem = Morte celular que acompanha ou ocorre após a morte somática.
Alterações ante mortem = Alterações que ocorrem em células, tecidos e órgãos num indivíduo vivo antes da morte somática.

Epizootologia = Ciência que estuda epidemias em animais (ocorrência e disseminação de doenças em relação ao local geográfico, estação do ano, espécie, raça, idade, sexo, etc.).

Morbidade = Ocorrência de doença em relação ao número de indivíduos expostos (razão doente/saudável).

Mortalidade = Número de indivíduos mortos em resultado da doença.

Caracterização da doença

Patogenia – mecanismo
Manifestações – alterações patológicas e clínicas
Complicações e seqüelas – efeitos secundários
Prognóstico – previsão
Epidemiologia - incidência

Causa da doença

Fatores do hospedeiro ou genético - Polimorfismos, Sexo, Raça.

Fatores ambientais - Agentes infecciosos, Agentes químicos, Agentes físicos.

Patogenia da doença

Mecanismo através do qual a causa opera para produzir as manifestações clínicas e patológicas.

Inflamação = Resposta a agentes que causam lesão tecidular. Reação auto-imune, efeitos indesejáveis do sistema imune contra o próprio organismo.

Degenerescência = Alteração de células ou tecidos em resposta a diversos agentes ou falha na sua adaptação.

Neoplasia = Mecanismo pelo qual o agente causador do cancro leva ao desenvolvimento de neoplasias.

Manifestações patológicas e clínicas

Através da via patogênica o agente etiológico atua produzindo manifestações de doença, que originam sinais e sintomas clínicos (ex. emagrecimento e dispnéia) e as características patológicas ou lesão (ex. carcinoma do pulmão) que os originam.

Complicações e seqüelas

As doenças podem ter efeitos prolongados, secundários ou distantes.

Prognóstico

Previsão da evolução provável da doença baseada em achados clínicos e patológicos.

Patogenia da doença

Congênitas – Genéticas e Não genéticas.

Adquiridas – Inflamatórias, Vasculares, Alterações do crescimento, Alterações metabólicas e degenerativas.

Postulado de Kock

ü Causa de doença não é sempre óbvia e direta - Postulado de Kock 1882
A presença de um agente deve sempre ser comprovada e isolada em cultura pura.
O agente não poderá ser encontrado em casos de outras doenças.

ü Uma vez isolado, o agente deve ser capaz de reproduzir a doença (inoculação em animais experimentais).

ü O mesmo agente deve poder ser recuperado dessas pessoas experimentalmente infectadas e de novo isolado em cultura pura.

Classes de doenças

Hereditária, Vascular, Congênita, Metabólica, Traumática, Nutricional, Física, Psicológica,

Química, Iatrogênica, Infecciosa, Tumoral, Inflamatória, Idiopática.

Doenças congênitas

Nem todas as anomalias do recém-nascido têm origem em alterações genéticas.

Feto susceptível a fatores variável.

Anomalias em resultado de: Doenças infecciosas, Má nutrição

Doenças Infecciosas

Natureza do agente patogênico: Primes, Vírus e Bactérias, Nano bactérias, Clamídia,

Rickettsia e Micoplasma, Fungos e Algas, Protozoários e Metazoários.

Primes “Proteinaceous infeccious particles” - Stanley Prusiner, Nobel 1997.

Proteínas que afetam outras proteínas do hospedeiro alterando a sua função

Doenças neuro degenerativas ex. Scrapie, Kuru, BSE.

Fatais deprimem a resposta imune.

Método tradicional de combate a agentes patogénicos não aplicável.

Problema no que respeita a “Cross species transmission”.

Vírus

Não se movem ou replicam fora do hospedeiro, utilizam maquinaria celular.

Mecanismos transmissão: aerossois, via feco/oral, insectos, transmissão vertical.

Mutam para escapar da vigilância sistema imune.

Neoplasias.

Inclusões (Papiloma virus).

Bactérias

Reconhecimento em exsudados e/ou tecidos .

Cultura em meios especificos o PCR, sequenciação .

Nanobactérias

Ligeiramente maiores que vírus.

Utilização de cálcio e fósforo para protecção

Responsáveis pela formação de cálculos renais.

Presentes em 80% do soro de bovino.

Clamidia, Rickettsia, Micoplasma

Bactérias

Clamidia (ap. Respiratório e genital, intracelular, epitélios).

Rickettsia (parasita intracelular, transmissão por artrópodes), zoonoses (Rickettsia rickettsii). Micoplasma (são parede celular, ap. Respiratório, genital, digestivo e gl. Mamária de bovinos) - Pleuropneumonia contagiosa bovina.

Fungos

Eucariotas, vivem livres no meio ambiente.

Oportunistas (debilitação conteúdo em glicose elevado, antibioterapia – Candida).

Dermatrópico (ring worm) ou sistémico (Aspergillus).

Micose sistémica (doença geográfica – Blastomyces).

Algas

Oportunistas nos animais – Prototheca

Mamite bovina e infecção sistémica e/ou local em carnívoros

Protozoários e Metazoários

Parasitas eucariotas intracelulares ou luminais

Transmissão por ingestão ou através de insetos

Resposta inflamatória forte a ligeira

Alguns são zoonóticos (Toxoplasma, Cryptosporidium, Echinoccocus)

Toxinas

Maioria entrada por via intestinal, algumas por inalação

Toxinas essenciais à disseminação bacteriana – exotoxinas

Fígado é o primeiro local de lesão - Algumas sofrem biotranformação neste orgão – citocromo P-450 e Aflotoxina na truta – hepatocarcinoma.

Doenças Físicas

Trauma – Atropelamento

Calor – Golpe de calor (Verão)

Frio – Hipotermia recém-nascidos

Radiações

Doenças metabólicas

Metabolismo dos lípidos

Sindrome fígado gordo.

Lipidose Hepática.

Desequilíbrio nutricional

Deficiência em vitamina A

Deficiência em ferro.

Desequilíbrio hormonal e sindrome paraneoplásico

Deficiência em proteínas

Diminuição da produção de anticorpos

Depressão do complemento

Depressão do sistema imune

Doenças idiopáticas

Doenças cuja causa não é conhecida e não foram reproduzidas experimentalmente são consideradas idiopáticas.

Hepatite crónica progressiva no cão - No homem é induzida por vírus.

Adaptação celular

Conceito de normalidade

Célula normal e limites de adaptação importantes no estudo de outros desvios que ocorrem na doença ou morte celular. Princípio importante uma vez que a célula é o denominador de toda a matéria viva.

Constituintes da célula

água,priões, proteínas, lípidos e carbohidratos.

Função e estrutura célula normal

Membrana celular, Glicocálice, Núcleo, Mitocôndrias, Retículo endoplasmático, Aparelho de Golgi,Lisossomas, Peroxissoma,Citoesqueleto, Microtubulos, Filamentos citoplasmáticos .

Homeostasia

Manutenção das condições essenciais e compatíveis com a função e sobrevivência da célula. Inclui: Resistência à mudança e Mecanismo que mantém condições constantes ou dentro dos valores limites de algumas das suas variáveis.

Adaptação celular

A exposição prolongada das células a estímulos normais, adversos ou exacerbados induz vários tipos de adaptações ao nível das células, tecidos ou órgãos.

ü A célula sofre adaptação dentro de limites fisiológicos.

ü A célula pode responder produzindo proteínas de “stress” protegendo-a da lesão e ajudando-a a recuperar.

ü Uma célula que sofreu lesão (doente) apresenta alterações associadas à sua morfologia e função atingindo: membrana celular, mitocôndrias, retículo endoplasmático e lisossomas. O núcleo sofre alterações imperceptíveis (alterações ultraestruturais).

ü É um processo normalmente reversível

ü Poderá ser irreversível, no caso de perda celular (Ex: osteoporose, enfarte)

ü Aumento de função – hiperplasia e hipertrofia.

ü Diminuição de função –atrofia.

ü Diferenciação celular - metaplasia

ü Alterações funcionais da célula àAlterações morfológicas

Homeostasia 2

Capacidade da célula estabelecer novos níveis metabólicos e/ou actividade funcional, em face a um estimulo, sem pôr em causa a sua própria vida.

Atrofia (cérebro, timo, músculo, supra-renal)

Hipertrofia (ventrículo esquerdo, músculo, fígado)

Hiperplasia (endométrio, calo, glândula mamária)

Metaplasia (epitélio colunar brônquico, metaplasia escamosa da bexiga. )

Hipoplasia – crescimento incompleto ou parcial.

Agenesia – Falta completa do desenvolvimento de um órgão.

Célula em adaptação não está num estado normal nem apresenta sinais de lesão!

• Resposta adaptativa

Tecido (tipo celular e susceptibilidade)

Agente (dose, duração e mecanismo)

Doença = Incapacidade de adaptação.

Níveis de detecção de doença = Animal no seu todo, A nível orgânico e Nível molecular.

Lesão celular:

1os acontecimentos: Bioquímicos e Moleculares

2os acontecimentos: Morfológicos (lesão celular).

Lesão não letal:

Incapacidade funcional temporária (mecanismo homeostático normal).

Alteração estrutural com incapacidade funcional permanente (neurónios e miócitos cardíacos).

Alterações do DNA conduzindo a alteração hereditária do fenótipo celular (mutação)

O processo doença é composto por mecanismos que interactuam e evoluem continuamente.

Alterações destrutivas:

• Incisão (corte)

• Abrasivo (lesão de fricção)

• Escoriação (lesão de fricção)

• Laceração (lesão por extensão)

• Contusão (lesão por extensão profunda)

• Fractura (lesão por extensão do osso)

• Constrição ou dilatação

Ruptura

Alterações degenerativas:

Degenerescência: Hidrópica, Gorda, Hialina, Fibrinóide.

Necrose : Coagulação, Liquefacção, Caseosa, Gorda.

Mineralização: Metastática e Distrófica

Alterações inflamatórias: Aguda, Subaguda, Crónica, Supurativa, Não-supurativa, Granulomatosa , Focal,Multifocal , Difusa.

Alterações vasculares: Hiperémia, Congestão, Edema, Trombose, Isquemia, Hemorragia.

Alterações do crescimento e diferenciação: Atrofia, Hipertrofia, Aplasia, Hipoplasia, Hiperplasia, Metaplasia, Neoplasia.

Alterações do desenvolvimento: Alterações congénitas.

Causas de lesão celular

Podem ser inúmeras e variadas.

Agentes infecciosos: virus, bactérias, fungos, parasitas.

Agentes químicos e físicos: calor, frio, radiação, trauma.

Podem existir milhares de agentes etiológicos individuais e o organismo não reage independentemente a cada um deles.

Anomalias genéticas:

Autossómicas, Ligadas ao sexo, Dominantes, Recessivas, Poligénicas.

Lesões físicas:

Trauma, Obstrução, Pressão, Radiações ionizantes, Vibrações ultrasónicas, Radiações UV.

Lesões térmicas:

Calor (> +5ºC) (Superficial, Profunda, Corrente eléctrica, Microondas) Frio (<-15ºC) etc.

Lesões químicas:

Exógenas (Toxinas, Venenos, Drogas, Substâncias alimentares) e Endógenas (Metabolitos, Citolitícas ou substâncias inibidoras (AgAb+complemento), Radicais livres, Oxidantes etc).

Alterações metabólicas:

Desequilibro hormonal, Alterações enzimáticas, Alterações membranares, Alterações de proteínas estruturais etc

Lesões infecciosas:

Bacterianas, Fúngicas, Víricas, Protozoárias, Parasitárias, Micoplasmicas.

Alterações nutricionais: Subnutrição, Sobrenutrição e Desequilibro nutricional, Deficiências nutricionais.

Alterações citoplasmáticas

Alterações do volume (elementos da estrutura sub celular).

Alterações estruturais qualitativas (anormalidade morfológica das organelas)

Inclusões anormais (nucleares ou citoplasmáticas, endógenas ou exógenas, composição especifica ou inespecífica)

Inclusões anormais

Endógenas (Produto final do catabolismo celular; lipídios; proteínas; secreções; lisossomos) (ex: bilirrubina)

Exógenas (corpo estranho rico em minerais; agentes infecciosos; restos celulares)

Manifestações sistêmicas de lesão celular

Febre, Fadiga, Falta de bem-estar, Falta de apetite, Leucocitose, Dor, Ritmo cardíaco, Enzimas sorológicas.

Acumulação intracelular

A acumulação de montantes anormais de diversas substâncias é uma manifestação celular de alteração metabólica.

ü Acumulação transitória ou permanente.

ü Sem conseqüência para a célula.

ü Causa diferentes graus de lesão.

ü Acumulação citoplasmática (lisossomos) ou nuclear.

ü Produção da própria célula ou externa.

Substância normal endógena (Esteatose).

Substância normal ou anormal endógena não metabolizada (alteração genética → doença de armazenamento).

Substância exógena anormal que se deposita ou acumula devido à falta de maquinaria enzimática para transporte ou degradação (carvão e sílica).

ü Lipídios (Esteatose, macrófagos)

ü Glicogênio (glicose ou glicogênio - PAS) – Glicogenose

ü Proteínas (Corpos de Russell)

ü Pigmentos (endógenos ou exógenos)

Lipídios - Alteração metabolismo

Esteatose (toxinas, má nutrição, diabetes, obesidade e anoxia)

Colesterol ou ésteres de colesterol (células fagocitárias – células espumosas, xantomas)

Acumulação hepática triglicerídeos

Causas:

Álcool – alteração da função da mitocôndria e dos microssomos.
CCl4 e má nutrição protéica - apo proteína.
Anoxia – inibição da oxidação dos ácidos graxos.
Fome - recrutamento das gorduras síntese de triglicerídeos

Lipidose hepática – Salmonídeos

Causa:

Dieta à base de ácidos gordos poliinsaturados juntamente com montantes inadequados de anti-oxidantes (vit. E).

Sinais clínicos:

Apetite reduzido e aumento da mortalidade. Anemia (brânquias pálidas e ascite).

Aspecto macroscópico:

Fígado amarelo-alaranjado e friável.

Lipomatose – acumulação estromal de gordura

Mecanismo diferente das acumulações descritas.

Acumulação de gordura no tecido conjuntivo estromal (coração e pâncreas).

Não interfere com a função dos órgãos.

Substituição do tecido muscular por tecido adiposo.

Alteração metabolismo do colesterol

Aterosclerose (cél. musculares e macrófagos).

Xantomas (hiperlipidêmica adquirida ou herdada - tecido conjuntivo subepidérmico e tendões).

Inflamação e necrose (macrófagos).

Colesteróis (macrófagos na lâmina própria da vesícula biliar).

Proteína - Alteração metabolismo

Alterações microscópicas menos evidentes que as dos lipídios

Reabsorção nos túbulos renais proximais (proteinúria, pinocitose. fagolisosoma).

Imunoglobulina nos plasmócitos (RER, Corpos de Russel).

Alfa1-antitripsina nos hepatócitos (RE).

Glicogênio

Alterações no metabolismo da glicose ou glicogênio

Diabetes (glicose) - rim, fígado, músculo cardíaco.

Glicogenose – Incapacidade de metabolizar formas normais ou anormais de glicogênio

Acumulação intracelular pigmento

Substâncias normais ou anormais que se depositam nas células.
Pigmentações Exógenas: Silicose, asbesto, cortiça; Antracose; Parasitários.
Pigmentações Endógenas: Melanina; Pigmentos hemáticos; Pigmentos lipogénicos.

Pigmentações endógenas – Pigmentos hemáticos

Pigmentos derivados do metabolismo da hemoglobina.

Alguns são compostos fisiológicos (Hemossiderina e bilirrubina) - acumulam por excesso.

Pigmentos hemáticos - meta-hemoglobina e hematinas (parasitas protozoários e metazoários) acumulação anormal.