quinta-feira, 12 de maio de 2011

Bioquimica Noite Metabolismo de lipidio

Curso: técnico em farmácia
Disciplina: bioquímica
Prof. Giorgio

METABOLISMO DE LIPIDEOS

Metabolismo de Ácidos Graxos.
Os ácidos graxos é a principal forma de reserva de energia para o organismo. Na verdade, a quebra de ácidos graxos libera uma energia 3 vezes maior do que a quebra de carboidratos ou de proteínas. O metabolismo dos ácidos graxos se resume na sua síntese e degradação. Para evitar a quebra de um ácido graxo que acabou de sair do forno, a célula separa os compartimentos da síntese e degradação. Assim, enquanto que a síntese ocorre no citosol, à degradação, chamada de β-oxidação, ocorre na mitocôndria.
A síntese de ácido graxo não é difícil. Como o ácido graxo é formado por uma cadeia comprida de carbonos, basta à célula ligar carbonos até o comprimento desejado.
Para quebrar o ácido graxo, a mesma coisa. A célula só tem o trabalho de quebrar as ligações dos carbonos liberando acetil-coA até o final da quebradeira. Durante essa atividade, um grande número de moléculas energéticas de ATP é liberado para o uso pela célula.

DEGRADAÇÃO OXIDATIVA DE ÁCIDOS GRAXOS – β- OXIDAÇÃO

Conceito:

Via catabólica de degradação de ácidos graxos para produção de energia.
Ocorre na matriz mitocondrial, após a ativação e a entrada dos AG na mitocôndria.

Fontes de Ácidos Graxos:
• Gorduras presentes na alimentação (exógena);
• Gorduras armazenadas nas células (endógena);
• Vertebrados: conversão do excesso de carboidratos em gordura.

A degradação dos ácidos graxos pode ser dividida em 03 fases:
• A ativação do ácido graxo (envolve reações);
• A β-oxidação propriamente dita
• A respiração celular (síntese de ATP).








1- Ativação de Ácidos Graxos

Os AG livres provindos do sangue entram no citosol e para passar para o interior da mitocôndria sofre ativação e o transporte é mediado pelo carreador específico Carnitina.

2- β- Oxidação do Ácido Graxo.

- Consiste na quebra por oxidação do ácido graxo sempre em seu carbono β;
- Quebra o AG de 2 em 2 carbonos liberando uma molécula de acetil-CoA que entra no ciclo de Krebs.

3- Respiração celular

A síntese de ATP acoplada à β- oxidação. Ocorre a transferência de elétrons para a cadeia respiratória mitocondrial com síntese de ATP.

CORPOS CETONICOS
A oxidação de AG no fígado leva à formação de grande quantidade de acetil-CoA, que pode ser oxidado no próprio fígado, ou convertido a corpos cetônicos.
Quando a célula, por algum motivo, deixa de quebrar a glicose para produzir ATP, ela passa a quebrar os ácidos graxos. Acontece que, quando ela quebra muitos AG, são formados muitos acetil-coA para formar substâncias muito importantes para gerar energia, os chamados corpos cetônicos.

São 03 os corpos cetônicos formados a partir do acetil-coA.
• Acetoacetato
• beta-Hidroxibutirato
• Acetona (não é utilizada para gerar energia).

Estes migram pelo sangue, podendo ser novamente re-sintetizados a acetil-coA para uso nos tecidos periféricos, como o muscular, cérebro. Nos tecidos periféricos os corpos cetônicos regeneram o acetil-coA, que entra no ciclo de Krebs para a produção de energia (síntese de ATP).
Em excesso, os corpos cetónicos podem ocasionar cetoacidose, podendo levar a morte por inativação ácida dos tecidos. A cetona é exalada.
Cetonemia: elevação de corpos cetonicos no sangue.
Cetonúria: elevação de corpos cetônicos na urina.
Normalmente a quantidade de corpos cetonicos no sangue é baixa, mas em situações como o jejum prolongado ou o diabetes mellitus, suas concentrações séricas podem aumentar muito, levando o indivíduo a um estado de CETOSE (CETONEMIA E CETONURIA) caracterizada por uma ACIDOSE METABÓLICA que pode ser fatal.
A cetoacidose diabética, comum no agravamento do diabetes mellitus, leva a uma hiperglicemia, cetonemia e cetonúria, devido à deficiência de insulina. Neste caso, o paciente se apresenta com odor de acetona, por descarboxilação espontânea do Acetoacetato em excesso. O fígado gorduroso presente na cetoacidose se desenvolve a partir do excesso de ácidos graxos que as células hepáticas não conseguem degradar. A grande produção de corpos cetonicos no diabetes tem origem na ausência de produção de insulina pelo organismo. A insulina inibe a gliconeogênese. Na sua ausência, fontes gliconeogênicas de oxalacetato são mobilizadas para a produção de glicose, esgotando o ciclo de Krebs e desviando o acúmulo de acetil-coA para uma síntese excessiva de corpos cetônicos,

PROGRAMAS DE PERDA DE PESO
Alguns programas de perda de peso estimulam a redução gradativa da ingestão de carboidrato e redução calórica total até o aparecimento de corpos cetônicos na urina. O aparecimento destes na urina é um indicativo de metabolismo ativo de gorduras, confirmando o consumo de gordura orgânica.

LIPOPROTEINAS PLASMÁTICAS
São complexos compostos de proteínas e lipídeos que formam agregados hidrossolúveis.

Funções das lipoproteínas:
1- Transporte de lipídeos exógenos;
2- Transporte de lipídeos endógenos (o que sai do fígado até o tecido adiposo)
3- Transporte reverso do colesterol.

A fração protéica das lipoproteínas é denominada de APOPROTEINA, e são típicas para cada lipoproteína: apo A, apo B, apo C, apo D, apo E.

A fração lipídica das lipoproteínas é variável, o que permite a classificação das mesmas em 4 grupos, de acordo com suas DENSIDADES e MOBILIDADES ELETROFORÉTICA:
• Quilomicrons
• VLDL – Ver Low Density lipoprotein
• IDL – Intermediate density lipoprotein
• LDL – Low density lipoprotein
• HDL – Hight density lipoprotein

Cada tipo tem massa molecular, tamanho, densidade, composição química e função característica.
As lipoproteínas são sintetizadas no fígado e no intestino.
As densidades são inversamente proporcionais ao teor de lipídeos: quanto mais lipídeo, menor a densidade.




METABOLISMO DE LIPOPROTEINAS

QUILOMICRON
Responsável pelo transporte de lipídeo exógeno.
Principal apolipoproteina: apo B 48
O QM é sintetizado no intestino a partir de Triglicérides absorvidos da dieta (TG exógeno).
Após a biossintese, o QM é lançado na circulação, onde, por ação do apo CII, é ativada a lipoproteinas-lipase (LPL), uma enzima sérica que hidrolisa os TG e libera AG para o tecido adiposo e outros tecidos periféricos.
O QM assim se transforma em QM remanescente e catabolizado pelo fígado,
O QM faz o transporte do lipídeo exógeno do intestino para a circulação sanguínea.

VLDL.
Sofre um processo semelhante ao QM, com a diferença que seus TG são endógenos, sintetizados pelo fígado.
A degradação enzimática pela LPL também é semelhante.
O resultado destes eventos é que difere a situação anterior. A degradação da VLDL dá origem a IDL, que por sua vez é convertido em LDL ou é captada pelo fígado.

IDL e LDL:
Principal apolipoproteina: apo B100.
São sintetizadas na corrente sanguínea a partir da ação da LPL – ativada pelo apo CII – sobre a VLDL.
A LDL é captada pelo fígado ou pelos tecidos periférica utilizadores de colesterol via receptores para apo B 100. Nestes tecidos a LDL sofre hidrolise, liberando colesterol livre e aminoácidos.
A captação da LDL e a liberação do colesterol, no fígado em particular, têm como um dos efeitos importantes a inibição da síntese endógena de colesterol.
Na hipercolesterolemia familiar, estão diminuídos os receptores para apo B 100 no fígado.

HDL

Principal apolipoproteina: apo AI e AII.
Seu local de síntese ainda é discutido atualmente. Aceita-se que a HDL é formada tanto no fígado como no intestino quanto a partir das apoproteinas liberadas no catabolismo do QM e do VLDL, atuando assim como um captador de lipídeos e apoproteinas remanescentes do catabolismo de outras lipoproteínas.
Realiza o transporte reverso do colesterol: dos tecidos para o fígado.

ATEROSCLEROSE

PROCESSO DA ATEROGÊNESE – O mecanismo de formação de placas de ateroma.
1. Aumento dos níveis de lipídeos (LDL) no sangue;
2. Acúmulo de LDL no endotélio da íntima em locais propensos a lesão;
3. Recrutamento de monócitos;
4. Migração dos monócitos e da LDL através do endotélio para o espaço subendotelial;
5. Os monócitos se transformam em macrófagos;
6. Forma uma região onde há LDL, monócitos, macrófagos, radicais livres e oxigênio vindos do endotélio;
7. A oxidação da LDL facilita a sua fagocitose pelos receptores dos macrófago. Os radicais livres estimulam as células musculares lisas a liberarem proteínas quimiotáticas monocitárias que atraem mias monócitos do endotélio;
8. O resultado do sistema metabólico é a formação das células espumosas (células diferentes) que impedem a passagem do oxigênio.
9. A LDL oxidada, que é citotóxica, necrosa estas células, iniciando o ateroma;
10. O aumento dos fibroblastos na intima e das células espumosas aumentam o ateroma rompendo o endotélio, as plaquetas se aderem, formando um estado trombótico;
11. Esta patologia tem como conseqüência a aterosclerose que e consolidada pela ruptura da membrana elástica interna da íntima;
12. A estenose arterial é a ação das plaquetas aderida são tecido lesado dão o estado trombótico coronariano, cerebral, pulmonar, etc.

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