quinta-feira, 12 de maio de 2011

Cardiopatias para Patologia 2 tarde

Cardiopatias congênitas

CAUSAS

As causas mais freqüentes de malformações cardíacas congênitas são diversos fatores ambientais aos quais a mãe se pode expor durante a gravidez e que, ao longo da vida intra-uterina, interferem direta ou indiretamente no desenvolvimento do coração e dos grandes vasos. O efeito desta exposição é particularmente nocivo quando ocorre durante os primeiros três meses da gravidez. Os fatores ambientais mais freqüentes são as infecções provocadas por vários tipos de vírus (por exemplo, vírus da rubéola, citomegalovírus), a exposição aos raios X, o excessivo consumo de álcool e a administração, ao longo da gravidez, de determinados medicamentos contra-indicados.
Noutros casos, as cardiopatias congênitas são provocadas por anomalias genéticas ou cromossômicas. É por esse motivo que em determinadas doenças genéticas ou resultantes de anomalias cromossômicas, como a síndrome de Turner ou a síndrome de Down, podem ser originadas cardiopatias congênitas.

TIPOS

Existem vários tipos de malformações cardíacas congênitas e, em muitos casos, apresentam-se associadas entre si. As mais freqüentes e graves são:
•A comunicação interventricular, que se caracteriza por uma comunicação anômala entre o ventrículo esquerdo e o ventrículo direito.
•A comunicação interauricular, em que se observa uma comunicação anômala entre a aurícula esquerda e a aurícula direita.
•O canal arterial, que durante a vida fetal permite a comunicação entre a artéria pulmonar e a aorta, não encerra imediatamente após o nascimento.
•A estenose pulmonar, na qual a válvula pulmonar, que permite a comunicação entre o ventrículo direito e a artéria pulmonar, não se abre adequadamente.
•A coarctação da aorta, na qual a porção inicial da aorta se encontra estenosada.
•A tetralogia de Fallot, na qual estão associadas quatro malformações - a estenose pulmonar, a comunicação interventricular, a hipertrofia da parede do ventrículo direito e o deslocamento da raiz da aorta.
•A transposição dos grandes vasos, uma malformação muito grave na qual a artéria aorta se origina no ventrículo direito, em vez de se originar no esquerdo, e a artéria pulmonar surge no ventrículo esquerdo, em vez de surgir no ventrículo direito.
Sinais e diagnóstico
Diagnóstico realiza-se através da investigação dos antecedentes familiares e da gravidez, através da exploração física e de exames complementares, como radiografias ao tórax, eletrocardiograma, eco cardiogramas e cateterismos cardíaco
Sinais e exames: comunicação interventricular
Pode ser diagnosticada por ECG.

Sinais e exames: comunicação interauricular

A auscultação cardíaca permite suspeitar do diagnóstico, a radiografia do tórax e eletrocardiograma reforça o grau de suspeita, mas o diagnóstico definitivo é dado pelo eco cardiograma transtorácico na maioria dos casos, nas crianças obesas ou mais crescidas este pode ser insuficiente e então é necessário um eco cardiograma trans esofágico.

Sinais e exames: estenose

O exame físico apresenta frêmito e icto (vibração ou movimento sentido com a mão sobre o coração) palpáveis no tórax. Estão quase sempre presentes na auscultação (exame do tórax com estetoscópio): sopro cardíaco, estalido ou sons anormais. O pulso pode estar fraco ou pode haver mudanças nas características do pulso no pescoço (a mudança é conhecida como pulsus tardus). A pressão sangüínea pode estar baixa.
A estenose aórtica e/ou dilatação do ventrículo esquerdo podem ser identificadas por meio dos seguintes exames:

• Angiografia coronária esquerda
• Eco cardiograma
• Ultra-som Doppler
• Raio X do tórax

Sinais e exames: coarctação

Um exame físico revelará a pressão sangüínea elevada nos braços, com uma diferença significativa da pressão sangüínea entre os braços e as pernas. O pulso femoral (virilha) é mais fraco do que o pulso carótido (pescoço), ou pode ser que o pulso femoral esteja ausente. Auscultar o coração por meio de um estetoscópio revela um murmúrio forte e que pode ser escutado nas costas. Pode haver sinais de insuficiência cardíaca no lado esquerdo (especialmente em bebês) ou sinais de regurgitação aórtica.

Muitas vezes, a coartação pode ser descoberta durante o primeiro exame de um recém-nascido ou durante o exame de um bebê que não apresenta qualquer outro problema. O médico detectará que os pulsos femorais estão ausentes ou muito fracos. Essa é uma etapa importante do exame, pois pode não haver qualquer outro sintoma, ou achados, até que a criança esteja com mais idade.

A coarctação da aorta pode ser confirmada por meio de:

• Uma angiografia coronariana, olhando na direção da aorta
• Uma tomografia computorizada do tórax
• Uma ressonância magnética do tórax
• Uma ecocardiografía
• Um ultra-som Doppler da aorta
• Uma radiografia do tórax (pode também mostrar costelas anormais ou uma "entalhadura" nas costelas, causada pelo aumento das artérias das costelas)
• Um ECG que indica o aumento do ventrículo esquerdo
• Cateterização cardíaca

Sinais e exames: tetratologia Fallot

Um exame físico mostra um sopro no coração detectado pelo estetoscópio.

Exames:
• Um ECG mostra anomalias
• Um hemograma completo mostra contagens aumentadas de células sangüíneas e Hematócrito
• Um raio X do tórax mostra um coração de tamanho pequeno
• Cateterização cardíaca
• Eco cardiograma

Sinais e exames: transposição

Ao auscultar o tórax com um estetoscópio, percebe-se um sopro cardíaco.
Os exames mais freqüentes incluem:
• Raio X do tórax
• Cateterização cardíaca
• ECG
• Eco cardiograma

SINTOMAS

As manifestações dependem do tipo de malformação, da sua gravidade e das suas repercussões na circulação do sangue. As malformações menos graves, como a comunicação interauricular, a persistência do canal arterial e a estenose pulmonar podem permanecer assintomáticos durante vários anos, nas formas menos graves. Pelo contrário, as mais graves, como a tetralogia de Fallot e a transposição dos grandes vasos, podem colocar a própria vida em risco. As manifestações mais freqüentes são fadiga muscular, cianose, sensação de falta de ar, dores torácicas e episódios de perda de consciência.
Quando não estão associadas a outras malformações, a comunicação interventricular, a comunicação interauricular e a persistência do canal arterial provocam o desvio de parte do sangue da grande circulação, que parte para os diversos tecidos do organismo, para a pequena circulação, fazendo com que os tecidos recebam menos sangue do que o normal. Os sintomas predominantes destas malformações são a fadiga muscular, cansaço e, nos casos mais graves, episódios de perda de consciência ou mesmo síncopes. Caso o defeito não seja corrigido, com a passagem dos anos, pode evoluir para uma insuficiência cardíaca direita.
Caso determinadas malformações, como a transposição dos grandes vasos, a tetralogia de Fallot e a estenose pulmonar, se associe a alguma das malformações mencionadas no parágrafo anterior, é possível que se produza o fenômeno contrário, ou seja, parte do sangue não oxigenado que se deveria dirigir para os pulmões desvia-se para os diversos tecidos do organismo, que então recebem menos oxigênio do que o normal. Nestes casos, a manifestação predominante no paciente é a cor azulada da pele e das mucosas, denominada cianose, devido precisamente à pobre oxigenação do sangue e à peculiar tonalidade que adquire.
Na estenose pulmonar e na coarctação da aorta, produz-se uma obstrução à passagem do sangue, o que aumenta as pressões do coração direito e esquerdo respectivamente e que, a longo prazo, conduz a uma insuficiência cardíaca.

Sintomas comunicação interventricular

Os sintomas são variáveis, conforme o tipo, o grau e o tempo de evolução da doença. São sintomas comuns:

• Cianose.
• Falta de ar.
• Baqueteamento digital (dedos em forma de baqueta de tambor).
• Sudorese e cansaço para as mamadas (neonatal).
• Modificações no formato do tórax

Sintomas: comunicação interauricular

A maioria das crianças com este defeito não têm sintomas, mas todas devem ser tratadas pelo risco de evolução para hipertensão pulmonar em idade adulta

Sintomas: estenose pulmonar

• Desmaio ou fraqueza com a atividade física
• Falta de ar com a atividade física
• Sensação ou percepção dos batimentos cardíacos (palpitações)
• Dor no peito do tipo angina
o Debaixo do esterno, podendo irradiar
o Pressão, opressão, aperto
o Piora com o exercício e melhora com o repouso
• Tosse
Obs.: A estenose aórtica pode não apresentar sintomas até a fase avançada no decurso da doença.

Outros sintomas que podem estar associados a esta doença são:

• Redução da produção de urina
• Tonturas
Sintomas: coarctação da aorta
• Tonturas
• Dor de cabeça palpitante
• Desmaio
• Sangramento nasal - sintoma
• Cãibras nas pernas durante os exercícios
• Pulso ausente ou enfraquecido nas artérias da virilha (pulsos femorais)
• Pernas ou pés frios

Hipertensão

Sintomas: tetralogia de Fallot

• Dificuldade para se alimentar (hábitos alimentares deficientes)
• Dificuldade para ganhar peso
• Crescimento lento (em crianças de 0 a 5 anos)
• Desenvolvimento deficiente
• Descoloração da pele, pele azulada (o que se torna mais pronunciado nos períodos de agitação)
• Baqueteamento dos dedos (dilatação da pele ou do músculo em volta das unhas)
• Falta de ar agravada pelo exercício físico
• O indivíduo sente uma necessidade de se agachar depois do exercício físico

Sintomas: transposição dos grandes vasos
• Pele azulada
• Falta de ar
• Alimentação deficiente
• Baqueteamento dos dedos das mãos ou dos pés

Tratamento
O tratamento consiste simplesmente na adoção de determinadas medidas gerais como, por exemplo, o repouso, evitar o exercício físico e a administração de medicamentos para aliviar os sintomas. De qualquer forma, nos casos mais graves, costuma ser necessário recorrer à reparação das estruturas cardíacas afetadas, quer seja através de cateterismos cardíacos ou mediante uma intervenção cirúrgica. Por fim, existem casos em que a única solução é um transplante de co-ração ou até do coração e pulmões.

Tratamento: comunicação interventricular

Seu tratamento é apenas cirúrgico.
Tratamento: comunicação interauricular
O tratamento pode ser na maioria das CIA-ostium secundum por cateterismo cardíaco terapêutico com implantação de um dispositivo de oclusão de CIA, no entanto em alguns casos particulares deste tipo de CIA e em todas as outras (ostium primum e sinus venosus) o tratamento é cirúrgico

Tratamento: estenose

Se não houver sintomas, ou se estes forem leves ou moderados, só é necessário acompanhamento. Se os sintomas forem de moderados a severos, pode ser necessária a hospitalização. Os medicamentos utilizados podem incluir: diuréticos, digoxina e outros medicamentos para o tratamento da insuficiência cardíaca. Pessoas sintomáticas podem ser orientadas a evitar atividade física intensa. Pessoas com sintomas de estenose aórtica (falta de ar, dor torácica, síncope) devem passar por consulta médica a cada 6 a 12 meses e fazer um ECG a cada 1 a 3 anos.

O reparo cirúrgico ou a troca da válvula é o tratamento de escolha para a estenose aórtica sintomática

Tratamento: coarctação

Normalmente, recomenda-se a cirurgia. A angioplastia com balão (utilizando uma técnica semelhante àquela utilizada para abrir as artérias coronarianas, mas realizada na aorta) pode, ocasionalmente, ser uma alternativa à correção cirúrgica. Com a cirurgia, o segmento estreito da aorta é removido e, então, corrigido por meio da anastomose (quando as duas pontas livres da aorta são unidas novamente) se a falha for pequena, podendo-se também colocar uma ponte na falha, com um enxerto de Dacron (um material sintético utilizado para preencher falhas maiores).

Tratamento: Tetralogia Fallot

Uma cirurgia para corrigir os defeitos no coração é normalmente realizada entre 3 e 5 anos, antes da criança iniciar a escola. Nas formas mais graves, a cirurgia pode ser indicada mais cedo. Algumas vezes, um cirurgia preliminar para criar um maior fluxo de sangue para os pulmões é feita antes da cirurgia corretiva. A cirurgia corretiva amplia a válvula pulmonar estreitada e corrige o defeito do septo ventricular.

Os pais das crianças com doença cardíaca congênita podem ser auxiliados a lidar com os sintomas da doença. Algumas intervenções a serem consideradas incluem:

• Alimentar a criança lentamente
• Oferecer refeições menores e mais freqüentes
• Diminuir a ansiedade da criança permanecendo calmo
• Minimizar o choro, antecipando as necessidades da criança
• Colocar a criança deitada de lado, com os joelhos no tórax, durante os episódios de pele azulada
• Procurar ajuda de outras pessoas, para evitar uma exaustão e conseqüente cansaço dos pais.
Os pais podem passar por um período de sofrimento e descrença ao saber do distúrbio da criança.

Tratamento: transposição
Uma cirurgia paliativa pode ser indicada logo após o nascimento, com correção permanente adiada até que a criança atinja 1 ano e seja capaz de tolerar uma cirurgia mais abrangente. As medidas paliativas incluem a dilatação ou a criação de um orifício no átrio, a fim de permitir que sangue oxigenado entre na circulação geral. Uma cirurgia reconstrutiva a céu aberto do coração redireciona o fluxo sangüíneo adequadamente. Técnicas cirúrgicas mais recentes podem permitir a correção permanente ainda no primeiro mês de vida.

PREVENÇÃO

Prevenção: comunicação interauricular
Profilaxia da endocardite bacteriana
Prevenção: COARCTAÇÃO
Não existe uma maneira conhecida de se prevenir este distúrbio. A consciência do risco pode tornar possíveis o diagnóstico e o tratamento precoces.

Prevenção: ESTENOSE
A estenose aórtica não pode ser prevenida, mas é possível prevenir algumas das complicações.

Informe qualquer antecedente de doença valvar ao médico ou dentista antes do tratamento, em qualquer situação. Todo tratamento dentário, inclusive a limpeza, e todo procedimento invasivo introduzem bactérias na corrente sangüínea. Estas bactérias podem infectar uma válvula doente e causar endocardite.

Siga o tratamento médico recomendado para as condições que podem causar doença valvar. Trate imediatamente as infecções por estreptococos para prevenir a febre reumática. Notifique o médico caso tenha história familiar ou congênita de doença cardíaca.
Eira conhecida de se prevenir este distúrbio. A consciência do risco pode tornar possíveis o diagnóstico e o tratamento precoces.

Prevenção: TETRALOGIA Fallot
Não existe método de prevenção conhecido
Prevenção: transposição
As mulheres que planejam engravidar devem ser imunizadas contra rubéola, se já não estiverem imunes. Boa nutrição, a ausência do consumo de álcool e o controle da diabete ANTES e DURANTE a gestação podem ajudar.

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