sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Aula 3 Microbiologia

Aula 3

Prof.: Giorgio A R

Morfologia Geral das Bactérias

As bactérias podem se apresentar em três tipos fundamentais: Cocos, Bacilos/Bastonetes e Vibriões.

Principais Métodos de Coloração

De uma maneira geral, as bactérias têm afi­nidade por um grande número de corantes, prin­cipalmente aqueles do grupo dos derivados bási­cos da anilina (azul de metileno, cristal violeta, fucsina básica, etc.)

Dentre os métodos existentes, aqueles que mais importância apresenta dentro de um la­boratório de Microbiologia são os métodos de GRAM e de ZIEHL-NEELSEN.

O método de GRAM baseia-se na fixação por determinadas bactérias do composto iodo-pararrosanilina formado pela violeta de genciana (cristal violeta) e o lugol, que não é removível pelo tratamento subseqüente com álcool etíli­co (ou mistura, em partes iguais, de etanol e acetona). Estas bactérias que fixam o composto supracitado denominaram "gram-positivas".

Em contrapartida, determinadas bactérias não fixam o composto e deixam-se descorar facil­mente pela solução descorante, recebendo por isto o nome de "Gram-Negativas". Para visua­lizá-las, tratamos o esfregaço no final com safranina (ou fucsina de Ziehl diluída 1:10). As bac­térias Gram-positivas apresentam-se roxas e as Gram-negativas vermelhas.

É sabido, como regra geral, que: os cocos, com exceção das Neisserias, são geralmente Gram (+) e os bastonetes, com exceção das corinebactérias, Listeria, Bacillus e clostrídios, são Gram (-).

Preparação do Esfregaço

A preparação de um esfregaço é necessária na maioria dos procedimentos laboratoriais, in­cluindo os de coloração. Tem como finalidade fixar a bactéria a uma lâmina de vidro, evitando que aquelas sejam perdidas durante o processo de coloração propriamente dito. O esfregaço pode ser preparado a partir de colônias crescidas em meios sólidos ou a partir de um meio líquido.

Abaixo estão listados os principais pontos envol­vidos na preparação de um bom esfregaço bac­teriano:

1. Coloque uma pequena parte de uma colônia bacteriana crescida em meio sólido (ou o corres­pondente a duas alças de um meio líquido) no centro de uma lâmina de vidro previamente lim­pa e desengordurada com álcool e totalmente seca;

2. Se estiver trabalhando com colônias isoladas a partir de um meio sólido, adicione uma gota (e somente uma gota) de água destilada estéril (ou salina estéril) sobre a lâmina. Se estiver usando bactérias inoculadas em meio líquido, não há necessidade de se adicionar a água ou a salina;

3. Com o auxílio de uma alça de inoculação, mis­ture o espécime completamente com o diluente, espalhando-o por cerca de 2/3 da lâmina de vi­dro (não se esqueça que deve sobrar 1/3 da lâ­mina para a identificação do esfregaço);

4. Coloque a lâmina (que ainda está úmida) em um suporte e espere que ela seque por comple­to. O esfregaço agora está pronto para os proce­dimentos de coloração.

Método de Gram (Modificado por Hucker)

Reativos

Solução-mãe de cristal violeta

Cristal violeta (20g); Etanol 96°GL (l OOmL)

Solução-mãe de oxalato

Oxalato de amónio (l g); Água destilada (l OOmL)

Solução de trabalho:

diluir a solução-mãe de cristal violeta 1:10 com água destilada e misturar com 4 volumes da solução-mãe de oxalato. Con­servar em frasco de vidro âmbar com tampa de rosca.

Solução de iodo

Cristais de iodo ressublimado (l g); lodeto de po­tássio (2g)

Dissolver completamente em 5mL de água des­tilada. Logo após adicionar: água destilada (240mL), solução de bicarbonato de sódio a 5% (60mL).

Misturar e conservar em frasco de vidro âmbar.

Descorante

Etanol 96°GL ou Etanol 96°GL (250mL) + Ace­tona P.A. (250mL)

Misturar e conservar em frasco de vidro com tampa de rosca.

Contra corante

Solução-mãe: Safranina O (2,5g); Etanol 96°GL (l OOmL)

Solução de trabalho: diluir a solução-mãe de safranina 1:5 ou 1:10 com água destilada. Con­servar em frasco de vidro com tampa de rosca.

Procedimento de Coloração

Em uma lâmina, fazer um esfregaço homogêneo, delgado, deixá-lo secar e fixá-lo na cha­ma do bico de Bunsen (tempo delicado para evi­tar a formação de estruturas bizarras).

1) corar por cerca de l minuto com solução de cristal violeta;

2) lavar com água corrente;

3) cobrir o esfregaço com solução de lugol por cerca de l minuto;

4) lavar com água corrente;

5) descorar tom etanol comercial (ou solução etanol + acetona 50% v/v) por tempo delicado (até que não mais escorra cristal violeta do es­fregaço);

6) lavar com água corrente;

7)corar com safranina(ou fucsina de Ziehl diluída 1:10) por cerca de l minuto;

8) lavar com água corrente;

9) deixar secar. Após, observar em objetiva de imersão em óleo.

Dá-se preferência à safranina como contra corante, pois as bactérias Gram-negativas coram-se de vermelho claro. Quando usamos a fucsina de Ziehl diluída, estas mesmas bactérias apre­sentam-se com coloração vermelha intensa, po­dendo confundir o observador menos experien­te, pois esta cor se aproxima muito mais do roxo no espectro de cor do que o vermelho.

Coloração de Contraste com Fucsina Fenicada para a Coloração de Gram Aplicada a Bactérias com Coloração Débil

Fucsina fenicada de Kinyoun:

Fucsina básica (4g); Fenol (8mL); Etanol 96°GL(20mL); Água destilada (l OO mL).

Dissolver a fucsina básica no álcool t adicio­nar a água lentamente. Fundir o fenol em banho-maria a 56°C e adicionar 8 mL à solução de fucsi­na, usando uma pipeta de vidro com pipetador automático ou dispositivo de segurança similar.

Diluir o corante l: 20 em água destilada (5 mL de fucsina fenicada e 95 mL de água destilada) e usar no lugar da safranina na coloração de Gram.

Os microorganismos que são corados debilmente (Legionella, Bordetella, etc) podem requerer 3 minutos de coloração com o corante de fundo (contracorante).

Método de Ziehl-Neelsen

O método de ZIEHL-NEELSEN baseia-se no fato da álcool-ácido resistência de determina­das bactérias (p. ex: Mycobacterium tuberctilosis), o que permite tratá-las com uma solução de fucsina fenicada a quente. Tais bactérias resistem ao tratamento posterior com uma solução de álcool+ ácido clorídrico (HC1 3% em etanol), mantendo se com a coloração inicial vermelha (Bacilos Álcool Ácido Resistentes ou BAAR), enquanto outras descoram-se e vão apresentar a coloração de fundo, normalmente feita com azul de metileno.

Procedimento de Coloração

Em lâmina nova, fazer um esfregaço homogêneo, delgado, e fixá-lo na chama do bico de Bunsen (tempo delicado para evitar a formação de estruturas bizarras).

1) cobrir o esfregaço com solução de fucsina de Ziehl, deixando agir por tempo delicado, aque­cendo brandamente (evitando a fervura) até des­prendimento de vapor (por cerca de 5 minutos);

2) descorar com solução de álcool-ácido por tem­po delicado;

3) cobrir o esfregaço com azul de metileno por cerca de l minuto;

4) lavar em água corrente e deixar secar. Obser­var em objetiva de imersão em óleo.

Classificação das Bactérias

AERÓBIOS

1) Cocos

Gram-positivos: Staphylococcus, Strepiococcus

Gram-negativos: Neisseria

2) Bacilos

Gram-positivos, formadores de esporos: Bacillus

Gram-positivos, não formadores de esporos: Corynebacterium, Lisíería, Erysipelothrix, Lactobacillus. Actinomyces aeróbicos, Kurthia, Rothia.

Gram-negativos, fermentadores de glicose:

Citrobacter, Edwarsiella, Escheríchia, Enterobacter, Hafnia, Klebsiella, Pantoea, Proteus, Provi­dencia, Salmonella, Serratia, Shigella, Yersinia .

Gram-negativos não fermentadores:

Acinetobacter, Alcaligenes, Eikenella, Flavobacterium, Kingella, Moraxella, Oligella, Pseudomonas.

Gram-negativos "miscelânea":

Aeromonas, Bordelella, Brucella, Campylobacter, Cardiobaclerium, Chromobacteriiun, Francisella, Haemophilus, Helicobacter, Legionella. Pasteurella. Plesiomonas, Streptobacillus, Vibrio.

Gram-variáveis:

Gardnerella

Álcool-ácido resistentes:

Mycobacterium

Parcialmente álcool-ácido resistentes:

Nocardia

3) Espiroquetas

Borrelia, Treponema, Leptospira

ANAERÓBIOS

1) Cocos

Gram-positivos: Streptococcus anaeróbicos

Coprococcus, Péptococcus, Peptostreptococcus, Ruminococcus.

Gram-negativos:

Acidoaminococcus, Megasphaera, Veillonella

2) Bacilos

Gram-positivos, f armadores de esporos:

Clostridium

Gram-positivos, não formadores de esporos:

Actinomyces anaeróbicos, Biftdobacierium, Eu-bacterium, Lactobacillus anaeróbicos, Propio-nibacterium.

Gram-negativos:

Bacteroides, Fusobacterium, Porphyromonas, Prevotella

OUTROS

Chlamydia, Rickettsia, Mycoplasma

Categoria

Intracelular obrigatório

Rickettsia spp. Chlamydia spp.

Intracelular facultativo

Salmonella spp. Shigella spp. Legionella pneumophilia Escherichia coli enteroinvasora Neisseria spp. Mycobacterium spp. Lyslería monocylogenes Bordelella pertusís

Predominantemente extracelular

Mycoplasma spp. Pseudomonas aeruginosa E.coli enterotoxigênica Vibrio cholerae Staphylococcus aureus Streptococcus pyogenes Haeniophilus influenzae Bacillus anthracis



Bibliografia:


Bacteriologia C.H.Pessoa e Silva; um texto ilustrado Ed. Eventos

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